Com voz rouca e fala arrastada, o presidente enfrentou um Trump sarcástico e disposto a desfiar mentiras e acusações falsas em série
Porto Velho, RO - O rescaldo do primeiro debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump, exibido nesta quinta 27 pela CNN, começa a movimentar as reações na imprensa americana. As homepages do principais jornais e sites especializados em política amanheceram coalhadas de artigos que defendem que o democrata renuncie à corrida eleitoral.
Com voz rouca, andar vacilante e fala arrastada, Biden enfrentou um Trump sarcástico e disposto a desfiar mentiras e acusações falsas em série. Confirmou-se, assim, o temor de aliados do presidente sobre o risco de ele patinar em situações de tensão.
No New York Times, o colunista Thomas Friedman, há mais de 20 anos no jornal, disse que o desempenho de Biden o fez chorar em seu quarto de hotel, diante da TV, e pediu aos familiares do presidente que tenham “uma conversa franca e amorosa” e o encorajem a desistir da reeleição. “Se ele encerrar sua presidência agora, reconhecendo que por causa da idade não está apto para um segundo mandato, seu primeiro e único mandato será lembrado como um dos melhores da nossa história.”
Outro colunista do NYT, Nikolas Kristof, sugeriu alguns nomes para a missão: “Alguém como Gretchen Whitmer, Sherrod Brown ou Gina Raimondo ainda pode derrotar Trump”.
Sem checagem em tempo real, o debate favoreceu Trump. Em dado momento, ele acusou os democratas de desejarem matar crianças após o nascimento, em referência à defesa de Biden sobre o direito ao aborto. O ex-presidente também atacou os imigrantes com acusações vazias, mesmo quando as perguntas tratavam de outros temas.
No The Atlantic, o articulista David Grahan escreveu que assistir ao debate foi ‘fisicamente desconfortável’ e criticou a estratégia dos democratas, que apostavam que um encontro cara a cara antecipado entre ambos lembraria os americanos do caos e da discórdia trumpista. “Foi uma aposta ousada do presidente e ele perdeu.”
Outro colunista do semanário, Mark Leibovich foi ainda mais incisivo: “A negação teve seu lugar, mas não é uma estratégia. Este não é o momento para dúvidas, lamentos, preocupações excessivas ou procrastinação. O problema dos democratas nunca foi tão evidente.”
No Vox, o correspondente sênior Eric Levitz, ponderou que, embora seja inegável a superioridade de Biden sobre Trump como candidato e sua boa performance no Executivo, a ideia de que ele seja o melhor candidato democrata a embate eleitoral ’perdeu toda a plausibilidade’.
Fonte: Notícias ao Minuto
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