Indicadores de maio da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da CNC apontam maior consciência financeira, diz economista-chefe da entidade
Porto Velho, Rondônia - O uso do cheque especial registrou o menor índice da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010: 3,9%. O levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao qual o blog teve acesso em primeira mão, apontou também que a inadimplência se manteve estável pelo segundo mês consecutivo, em 28,6%, abaixo do registrado em maio do ano passado, quando era de 29,1%.
Os dados contrastam com o indicador que mostra, no mesmo período, o maior percentual de endividamento entre os brasileiros desde 2022. Em maio, a taxa cresceu 0,3 pontos percentuais, em relação a abril, e chegou a 78,8%. Na análise do economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, juntos os indicadores desenham um cenário benigno da economia .
- Quando o endividamento é o uso de crédito, do parcelado sem juros no cartão de crédito, é algo que faz parte da vida e é positivo para a economia. A economia depende integralmente de crédito. Então, é natural que, em economias mais maduras, mais aquecidas, você tenha um endividamento maior. E é isso o que se deseja, pois quer dizer que as pessoas estão consumindo mais. O que a gente não quer é um uso irresponsável do crédito, onde o aumento do endividamento leva a uma alta da inadimplência. O resultado da Peic deste mês, está sugerindo uma maior consciência financeira, ou seja, as famílias estão usando muito melhor o endividamento no seu dia a dia - explica Tavares.
Em nota, o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, chama atenção para o avanço no mercado de trabalho, apontado na última pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também apurada pela CNC, que revela uma maior parcela da população assalariada e, assim, com mais condições para arcar com suas dívidas.
Projeções feitas pela CNC indicam que o aumento do endividamento deve continuar, a inadimplência, no entanto, tende a se manter estável e aumentar mais perto do fim do ano.
Fonte: O GLOBO
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