Aplicações em renda fixa ficam mais vantajosas, pois tendem a render mais sem grandes riscos, com Selic a 10,75%. Tesouro IPCA e Tesouro Selic são boas opções

Investimentos em renda fixa tendem a ficar mais atraentes com alta de juros — Foto: Freepik

Porto Velho, Rondônia -
Com a decisão do Copom para subir a taxa básica de juros para 10,75% ao ano — a primeira alta desde agosto de 2022 e também a primeira no governo Lula —, o retorno dos investimentos tende a mudar. A renda fixa fica ainda mais atraente, pois a tendência é que a rentabilidade cresça sem grandes riscos. Mas qual a melhor aplicação? Títulos do Tesouro, fundos DI ou letras de crédito?

Com a alta dos juros e a tendência que o ciclo de alta seja mantido, os títulos públicos pós-fixados (cuja remuneração final depende da Selic ou do IPCA) como o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA tendem a ter um retorno mais positivo. Isso porque a operação conhecida como “marcação a mercado” pode levar prejuízo aos outros títulos diante do ciclo de alta na taxa básica.

Veja no infográfico abaixo quanto renderia um montante entre R$ 1 mil e R$ 10 mil aplicados em diferentes rendimentos, com a Selic a 10,75%. Se não estiver conseguindo visualizar o infográfico, clique aqui.

Títulos indexados ao IPCA


Analistas veem os títulos atrelados à inflação, como o IPCA+, como uma alternativa para conseguir ser remunerado de forma real, isto é, uma rentabilidade acima do aumento médio de preços do período seguinte. Mas, como são atrelados também à taxas pré-determinadas na hora da compra, esse rendimento pode aumentar nos títulos novos caso a taxa de juro volte a subir.

Rodrigo Azevedo, planejador financeiro da GT Capital, indica o Tesouro IPCA 2035, 2045 e 2055 como opções interessantes. Mas, para evitar eventuais perdas de rentabilidade, o recomendado é que o título seja mantido em carteira até o vencimento:

— Para prazos mais longos, enxergamos possibilidades de uma rentabilidade real maior para os investidores.

Tesouro Selic acompanha a alta dos juros

Apontados como a melhor opção diante da alta do juro, os pós-fixados, como o Tesouro Selic, tendem a acompanhar o rendimento da taxa básica:

— O ideal é ser um pouco mais conservador e esperar o fim do ciclo de aumento (da taxa de juros) para alocar em títulos prefixados ou IPCA. O Tesouro Selic apesar de não demonstrar a melhor atratividade, pode ter o melhor rendimento — diz Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor.

Títulos prefixados e fundos DI

Os títulos prefixados, como o nome diz, têm seu percentual de rendimento informado no momento de comprá-lo. Quando há um ciclo de alta de juros — aposta de diversas casas no país —, os títulos que serão vendidos após uma nova alta do juro básico oferecerá taxas maiores do que as vendidas anteriormente. Por isso, os analistas indicam que este título deve ser evitado diante de um processo de aperto monetário.

Já os fundos DI, que tem como objetivo perseguir o rendimento do CDI, são, na visão de Viriato, excelentes alternativas:

— Os fundos possuem escala maior, geralmente com uma taxa de retorno maior que o CDI (de 100%), porque o investidor consegue comprar diversos títulos num só produto. É uma grande reunião de títulos de renda fixa. E facilita a diversificação de forma mais simples — afirma.

Mas este já é um investimento mais arriscado, já que não possuem garantia pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

LCI e LCA têm isenção de IR

Para quem deseja investir na renda fixa privada, o que não faltam são opções de emissões bancárias, como os CDBs. Grandes bancos e instituições menores oferecem esses produtos que rendem com base no CDI.

Caio Camargo, estrategista de investimentos do Santander, afirma que esse é um título pós-fixado que mantém a atratividade diante de um ciclo de aumento da taxa de juro.

Essa modalidade ainda é coberta pelo FGC, o que faz delas alternativas para quem quer ter uma boa relação entre risco e segurança.

Outros produtos, como letras de créditos (LCIs e LCAs) ainda garantem isenção de Imposto de Renda.

Definir objetivo é essencial

A definição do que se quer se obter com o resultado do rendimento é essencial para guiar as escolhas na hora da compra, afirmam os especialistas.

— A diversificação é o único ‘almoço grátis’ que temos no mercado financeiro. E é essencial sempre estar alinhado com o perfil de investidor para alinhar as “caixinhas”. Acertar é estar com ALGUM investimento ativo — diz Camargo, do Santander.


Fonte: O GLOBO